O Serrote encantado

Serrote

Eu ia deixar o cavalo na Capoeira, e quando eu vinha, escutava músicas tocando. Queria ir lá, mas era muito escuro, o serrote encantado.

Apareciam galinhas com ninhadas de pintos, cobras pintadas, e eu escutava batendo no chão ombradas de madeira. Escutava também "aboiando" os gados, para eles andarem. 

O serrote é no rumo de Jericoacoara, quando alguém gemia, com três dias outro respondia; e quando a gente andava nos Monteiros escutava o papoco.

Um dia o meu tio, Antônio, e o irmão dele estavam andando pelo serrote, caçando abelhas, quando Antônio encontrou uma mola, como se fosse abrir algo. Para ver o que tinha dentro da abertura, chamou seu irmão Zé Muleque, dizendo que tinha dinheiro e que quem abrisse ficava rico. A mola era encantada, mas ninguém nunca vai saber o que tinha lá dentro.

(História contada por José Maria da Silva)

O Homem do saco

O homem do saco ou velho do saco.

Em minha casa éramos 13 irmãos, e tinha um muito teimoso, então meu pai criou um mito que nós só descobrimos anos depois, quando já éramos adultos. O mito era do Homem do saco. Ele dizia que se a gente desobedecesse, o Homem do saco vinha e levava a gente para ele comer.

Um dia chegou um homem vestido de preto em cima de um jumento, com um saco nas costas. Apareceu dizendo que vinha pegar menino teimoso para levar. Então, todos ficaram apavorados. Teve gente que passou o dia fora, só apareceu à noite.

Daquele dia para frente, todos nós ficamos obedientes, fazíamos tudo o que papai mandava. Passaram-se anos e quando ficamos adultos descobrimos que o Homem do saco tinha sido criado por meu pai e por um grande amigo da família.
Até hoje, quando nos lembramos dessa história, a gente se diverte muito ao recordar do Homem do saco.

(História contada por Maria Socorro.)

A mulher que vira porca

Mulher/Porca.

Contam que há muitos anos atrás, existia uma mulher que se transformava em uma porca bem grande e ia comer restos de comidas nos quintais das casas. Quando as pessoas iam olhar do que se tratava, viam uma porca grande, que era a mulher transformada.

Dizem que essa transformação aconteceu devido à mulher ter sido casada, depois se separou e juntou-se com outro homem.

A descoberta se seu quando seu marido foi pescar. Ela estava lá, em forma de porca e correu atrás dele, então ele pegou um facão para matá-la, daí ela se transformou em mulher de novo e disse: 

 — Não me mate, eu sou a sua mulher!

Dizem que essa história realmente aconteceu.

(História contada pelos alunos do 1º ano A/Tarde, da Escola São Francisco da Cruz: Carlos José, Maria Daiane e Maria Natália)

Viagem ao passado

Mascote do Projeto Resgatando memórias,

produzindo histórias.

O projeto resultou em um acervo de vídeos, imagens, relatos escritos e fotografias, os quais poderão ser a partir de hoje visualizados aqui em nosso blog e posteriormente poderão resultar em um volume bibliográfico que contribuirá com a construção da história do município. Pretendemos com isso levar você a fazer uma viagem a este mundo de “contações”, aonde as histórias sempre vinham carregadas de significados e sentimentos, tanto dos que contavam, quanto dos que ouviam.

Mergulhe conosco em grandes aventuras, esperamos por você!